No queixar é que está o ganho
“não atestes nas bombas GALP, BP e REPSOL nos dias X.Y e Z....”
Tive o mail invadido por este tipo de mensagens durante cerca de 15 dias, tudo em protesto contra o aumento do preço dos combustívies.
Comecemos então com uma pequena comparação (as vantagens de estar fora de Portugal).
Estamos a 9 de Junho e a gasolina é paga por estes lados a cerca de 1,48 €/L. A diferença entre este preço e o preço de venda da mesma em Portugal não deve ser muito grande, no entanto não podemos esquecer o pequeno detalhe de que por aqui o salário mínimo anda perto dos 1300 €/mês (o que me parece que fará alguma diferença).
Mas, e voltando ao que me traz a este assunto, compreendo perfeitamente a revolta da população (chamemos-lhe assim para dar um ar mais dramático à situação) até porque a desculpa é o preço do barril de petróleo subir mas sendo que o dolar desvaloriza em relação ao euro, não me parece que os preços devessem estar assim. No entanto, o que me chateia um bocado no meio disto tudo é a mentalidadezinha do portuga.... Para mandar mails a toda a gente e não atestar o carro durante três dias (não sei se alterará muito porque quem precisa vai atestar antes ou depois) toda a gente está pronta, para se queixarem do preço da gasolina toda a gente está pronta, para se queixarem da crise e do difícil que está a vida toda a gente está pronta mas para deixar o carro em casa e procurar alternativas.. Calma lá.. Isso é que não.. Todas as manhãs andar cerca de 500 mts para apanhar o metro para ir trabalhar? Então e se chove? Ai que chatice.. Isso é que não! E pior, ter de apanhar um autocarro e o metro, que trabalheira. Mas a culpa é da câmara e do governo, devia fazer uma paragem de metro em cada casa e/ou prédio da cidade). Assim as pessoas lá terão de fazer o esforço de pegar no carro todas as manhãs à porta de casa, estar parado no meio do trânsito, poluir mais um bocado, chegar ao trabalho, e no meio disto tudo gastar mais de 30 euros por semana de gasolina, tudo porque andar de transportes públicos é parolo e é para pobretanas.
Agora vejamos o caso na terra... Sendim, uma pequena vila do distrito de Bragança “ai a gasolina está tão cara” mas para se ir tomar a bica depois de jantar toda a gente vai de carro (para fazer uma distância de 2/3 km). Não haverá uma bicicleta? Claro que há.... mas ir de bicicleta não dá estilo, é parolo..
Esta situação é igualzinha à discussão dos sacos de plásticos a pagar nos supermercados... Fartei-me de ler no jornal comentários do género “Que roubalheira, qualquer dia até temos de pagar para respirar” Isto só me faz pensar na quantidade de tugas com ideias curtas. Se os sacos são a pagar, compramos um saco de compras resistente que se use todas as vezes que vamos ao supermercado... mas não, isso também é parolo. Fashion é ir ao supermercado e por cada produto num saco de plástico diferente. Só porque os sacos são à borla, temos de aproveitar para levar o maior número de sacos possível. E no fim ainda se pega num molho de sacos novos porque "dão sempre jeito para usar como saco do lixo" (pensamento 100% ambientalista). Mesmo que os sacos custassem 10 euros cada, acham que o tugazito ia pensar em alternativas para poupar dinheiro? Claro que não! Ia todos os dias ao supermercado sempre sem saco de casa, pagava todos os dias um saco novo, e vinha todo o caminho até casa (e no tasco depois de jantar) a queixar-se do governo e da roubalheira que é ter de se pagar por tudo.
Portanto, e voltando ao assunto da gasolina, acredito que ainda não há muitas condições para usar a bicicleta como principal meio de transporte nas cidades e acredito também que uma pequena percentagem da população não tenha outro remédio senão usar o carro para trabalhar, mas não tenho muito pena do resto porque se é parolo andar de transportes públicos (seja para mudar de cidade/vila seja para se movimentar na mesma) então paguem a gasolina ao preço que ela está e pronto!
Tive o mail invadido por este tipo de mensagens durante cerca de 15 dias, tudo em protesto contra o aumento do preço dos combustívies.
Comecemos então com uma pequena comparação (as vantagens de estar fora de Portugal).
Estamos a 9 de Junho e a gasolina é paga por estes lados a cerca de 1,48 €/L. A diferença entre este preço e o preço de venda da mesma em Portugal não deve ser muito grande, no entanto não podemos esquecer o pequeno detalhe de que por aqui o salário mínimo anda perto dos 1300 €/mês (o que me parece que fará alguma diferença).
Mas, e voltando ao que me traz a este assunto, compreendo perfeitamente a revolta da população (chamemos-lhe assim para dar um ar mais dramático à situação) até porque a desculpa é o preço do barril de petróleo subir mas sendo que o dolar desvaloriza em relação ao euro, não me parece que os preços devessem estar assim. No entanto, o que me chateia um bocado no meio disto tudo é a mentalidadezinha do portuga.... Para mandar mails a toda a gente e não atestar o carro durante três dias (não sei se alterará muito porque quem precisa vai atestar antes ou depois) toda a gente está pronta, para se queixarem do preço da gasolina toda a gente está pronta, para se queixarem da crise e do difícil que está a vida toda a gente está pronta mas para deixar o carro em casa e procurar alternativas.. Calma lá.. Isso é que não.. Todas as manhãs andar cerca de 500 mts para apanhar o metro para ir trabalhar? Então e se chove? Ai que chatice.. Isso é que não! E pior, ter de apanhar um autocarro e o metro, que trabalheira. Mas a culpa é da câmara e do governo, devia fazer uma paragem de metro em cada casa e/ou prédio da cidade). Assim as pessoas lá terão de fazer o esforço de pegar no carro todas as manhãs à porta de casa, estar parado no meio do trânsito, poluir mais um bocado, chegar ao trabalho, e no meio disto tudo gastar mais de 30 euros por semana de gasolina, tudo porque andar de transportes públicos é parolo e é para pobretanas.
Agora vejamos o caso na terra... Sendim, uma pequena vila do distrito de Bragança “ai a gasolina está tão cara” mas para se ir tomar a bica depois de jantar toda a gente vai de carro (para fazer uma distância de 2/3 km). Não haverá uma bicicleta? Claro que há.... mas ir de bicicleta não dá estilo, é parolo..
Esta situação é igualzinha à discussão dos sacos de plásticos a pagar nos supermercados... Fartei-me de ler no jornal comentários do género “Que roubalheira, qualquer dia até temos de pagar para respirar” Isto só me faz pensar na quantidade de tugas com ideias curtas. Se os sacos são a pagar, compramos um saco de compras resistente que se use todas as vezes que vamos ao supermercado... mas não, isso também é parolo. Fashion é ir ao supermercado e por cada produto num saco de plástico diferente. Só porque os sacos são à borla, temos de aproveitar para levar o maior número de sacos possível. E no fim ainda se pega num molho de sacos novos porque "dão sempre jeito para usar como saco do lixo" (pensamento 100% ambientalista). Mesmo que os sacos custassem 10 euros cada, acham que o tugazito ia pensar em alternativas para poupar dinheiro? Claro que não! Ia todos os dias ao supermercado sempre sem saco de casa, pagava todos os dias um saco novo, e vinha todo o caminho até casa (e no tasco depois de jantar) a queixar-se do governo e da roubalheira que é ter de se pagar por tudo.
Portanto, e voltando ao assunto da gasolina, acredito que ainda não há muitas condições para usar a bicicleta como principal meio de transporte nas cidades e acredito também que uma pequena percentagem da população não tenha outro remédio senão usar o carro para trabalhar, mas não tenho muito pena do resto porque se é parolo andar de transportes públicos (seja para mudar de cidade/vila seja para se movimentar na mesma) então paguem a gasolina ao preço que ela está e pronto!