5 graus de longitude

quarta-feira, agosto 23, 2006

Marco Paulo

Como chega de tristezas, dei comigo nas limpezas em profunda análise às músicas do Marco Paulo.

Não posso deixar de pensar nas velhotas da aldeia, que, sentadas à soleira da porta a apanhar o sol de fim de tarde, e entre pontos do bordado da toalha de linho para oferecer à filha, comentam a propósito de um cartaz de um espectáculo do Quim Barreiros:

“As músicas dele são todas muito porcas, só diz coisas más. Eu gosto é do Marco Paulo. Que saudades desse senhor”

(reparem como eu sou boa na tradução do mirandês para português)


Viremo-nos agora para Marco Paulo. Então vamos lá ver, primeiro temos:


“Sempre que brilha o Sol
naquela praia,
sinto o teu corpo vibrar,
dentro de mim.
O teu respirar,
o teu rosto, o cabelo, os teus beijos, em delírio, estremeço, ooooohhhhhhhhh"


Nota: Um homosexual numa praia, possivelmente de nudistas (com todos os detalhes até ao orgasmo).


Depois vem ainda:

Quando você vem com essa cara de menina levada para a brincadeira
Dá-me um arrepio na pele, sinto água na boca pra ficar com você
Você não tem um pingo de vergonha, e todo o homem sonha ter alguem assim
Realizando minhas fantasias, taras e manias, você vem pra mim
Uma lady na mesa
Uma louca na cama
Na maior safadeza você diz que me ama
E na minha cabeça
Desvario e loucura
Quando você começa
Ninguém mais a segura

E mexe remexe
Se encosta, se enrosca
Se abre, se mostra pra mim
Me agarra me morde me arranha
Não mude que eu quero você sempre assim



Agora estou a imaginar as mesmas senhoras idosas num espectáculo do Marco Paulo com aquele bater de palmas característico e a cantar em alto tom

E mexe remexe
Se encosta, se enrosca
Se abre, se mostra pra mim
Me agarra me morde me arranha
Não mude que eu quero você sempre assim