5 graus de longitude

quinta-feira, agosto 17, 2006

Ainda nos regressos

A meio gás mas vou voltando.

4 de Julho de 2006, 9 meses depois da partida para a Noruega, é tempo de regressar.
Chegada a Portugal reparo em tudo aquilo que já tinha saudades. É a incompetência nos serviços públicos (nada se consegue resolver mas, como que por magia, um telefonema feito por alguém, já são capazes de tratar tudo nos dias que queremos), é o típico portuguesito que tem sempre de mandar a boca parola a pensar que vai deixar uma rapariga louca de paixão, é o típico condutor e aversão a deixar passar as pessoas na passadeira, enfim, tudo aquilo tipicamente portugês.

Depois de um regresso a Portugal, e de uma estadia em coimbra e uns saltos à Figueira (porque para saltos DA figueira ainda é cedo), é tempo de um segundo regresso, o regresso à MEGA vila de SENDIM.

Sendim, uma pacata vila localizada no nordeste transmontano, concelho de Miranda do Douro, onde a pessoa que escreve este texto foi criada (apesar de não nascida lá), é palco de grandes acontecimentos durante todo o ano mas principalmente na altura de verão.
Quem não se lembra do povo em revolta a querer bater no padre no domingo de Páscoa? Quem é que nunca ouviu falar do Festival Intercéltico de Sendim que tem vindo a acontecer todos os anos dede há 7 anos para cá ou da concetração Motard realizada na pacata vila? Quem nunca ouviu falar dos enchidos da mãe da Clara? (bom, disto talvez ninguém).

Pois bem, foi a essa vila que eu regressei para umas “feriazitas” um ano depois.
Começa logo com más notícias. O grande JOSÉ MALHOA tinha vindo fazer um espectáculo a Sendim 2 dias antes do meu regresso. Uma notícia que me partiu o coração. Eu que gostava tanto de assistir ao vivo a grandes temas como o da barraca que abana quando chega o fim de semana (como já se devem ter apercebido eu não sei o nome da música) e o da jovem que vai ter de rezar, depois de ajoelhar. A verdade é que não assisti. Só por isso aqui está ele:



Continuando, chega então o dia de fazer a viagem para Sendim, viagem essa feita de autocarro. Sendo que as 6 horas de autocarro já são por si agradáveis, tinha de se juntar mais de 1 hora de atraso por tudo o que havia de aparecer pelo caminho. Estando a viagem cada vez mais agradável, tinha de ter a sorte de ter atrás de mim aquelas velhas chatas que vivem na cidade e vão à aldeia visitar os filhos. Essa senhora lembrou-se que havia de ser a chefe do autocarro e que toda a gente havia de ouvir a história da sua vida que insistiu em contar à vizinha do lado em tom suficientemente alto para acordar quem estivesse no ponto mais afastado do autocarro a dormir, sendo que o melhor momento foi quando parámos por causa de um acidente e ela saiu disparada do autocarro para se ir por a par dos acontecimentos (pelo menos não a aturámos durante a meia hora que estivemos parados, o mesmo não se pode dizer aquando da paragem devido à volta a Portugal em bicicleta, que quando viu passar os 4 iniciais ficou a perguntar porque raio não iamos embora se eles já tinham passado). Não contanto com a série “o justiceiro” que estava a passar na TV, para melhorar a viagem, o condutor teve a grande ideia de ligar o rádio. Se fosse na zona de Coimbra diria que estávamos a ouvir a Rádio Popular de Soure. Foram músicas como a rainha da noite, “bonito bonito, é mt interessante...”, “dá cá, dá cá, dá cá, e não digas que não...” que sairam das colunas do autocarro durante as últimas horas de viagem.

Chegada a Sendim chegam os planos para as duas semanas que aqui se vão passar. São festas e festinhas, por uns chamados de Festas do Parolo, por outros chamadas de Festas populares ou ainda chamados de bailaricos. A verdade é que é divertidissimo. Dá para rir, gozar com quem dance mal e ainda dar um passinho de dança (sim, eu sei dançar. Ao contrário dos meninos e meninas de cidade, por aqui a grande maioria sabe dançar).

Outra má notícia, a juntar à do José Malhoa em Sendim é a de que o GRANDE SENHOR da música popular, LEONEL NUNES, vai estar aqui pertinho mas possivelmente não vou poder ir. Mas lá se verá o que se arranja por cá.

O relatório final quando chegar a coimbra. Tenho de começar a levar a máquina.