5 graus de longitude

segunda-feira, junho 26, 2006

Preikestolen

De volta da porcaria de relatório que tenho de escrever (e eu que sou tão amiga de relatórios) lá andava eu a morrer pelo meu quarto a mudar, a disposição do mesmo a cada 12 horas porque achava que pôr o PC noutra posição ia fazer o trabalho render mais.

Nesta angústia para acabar algo que não se acaba sozinho, o meu pensamento era qualquer coisa como “Vou morrer neste quarto” ou “mas quando é q esta porcaria se acaba” (estando eu a olhar para o PC na esperança que as letras aparecessem sem eu ter de carregar nas teclas, tal e qual como se alguém falasse comigo no messenger).

Eis que:

Michelle: Vamos a Stavanger, queres vir? Vamos ficar em casa de um amigo meu.
Clara: OK! Porque não?! (isto com um brilho nos olhos)

Stavanger, a quarta maior cidade da Noruega, engraçadinha de se ver (se bem que lembra muito Bergen). Mas o destino não era Stavanger, era Preikestolen.
Preikestolen é uma rocha numa montanha perto de Stavanger (espero não estar a enganar ninguém mas vocês não sabem :)).
Sair daqui sábado de manhã e voltar domingo à noite (mesmo a tempo de ver Portugal a passar aos quartos de final do campeonato do mundo). Chegadas a Stavanger foi passear na cidade e ver o jogo da argentina (onde eu tentava convencer um norueguês que a Holanda não ia estar nos quartos de final) e ir para casa porque o dia seguinte ameaçava ser longo.

Domingo: Acordar as 8 a manhã e, depois de uma horita de carro sempre rodeados por fjords, lá chegamos à montanha. Estava na hora de deixar o carro e começar a caminhar. 600 metros de altura que nos levaram 1h30m a fazer. Mal se começa a caminhada comecei a sentir umas pequenas mordidelas que, não fossem elas dos mosquitos, e até eram bem.vindas. Só por aqui se vê a doçura de pessoa que eu sou. Qualquer μm2 de pele que eu tivesse exposta, eles encontravam.
Chegados lá é o que se pode ver.
Depois foi só vir para baixo. Nada de muito excitante para contar mas algo de muito bom para se fazer. Garanto-vos que se podem roer de inveja.
Ficam as fotos (as da viagem já por aí andam espanhadas)


(apesar de ser boas vindas, para nós foi a despedida. Dá para ver pelas caras cansadas, e pelo cabelo despenteado pelo vento.)






Sim, sou eu, mas atrás da máquina. Também há uma foto minha assim mas não tão boa. Esta dá para ver a maravilha de sitio.





























Chegados a porto seguro (como quem diz, de volta a casa) fomos comer alguma coisa que bem mereciamos. Para verem bem o quão cansadas estávamos (Flo é uma rapariga francesa que foi comigo e com a Michelle):

Clara: Olha lá, quanto é 814 a dividir por 4?
Flo: ãh?
Clara: Quanto é 814 a dividir por 4?
Clara: Esquece, dá quase 204 a cada um.
Flo: Hey Clara, are you talking to me in Portuguese?


Exactamente, é mesmo isso, estava a falar com a pobre rapariga em português sem sequer me aperceber.

Depois outra viagem de avião se aproximava. Ir a casa, pegar nas coisas e apanhar o avião. Não sei bem como mas, numa viagem de 25 minutos, consegui tirar 96 fotos. Mas vejam lá se esta praia da noruega não é fixolas. Dos brasis (?) e coisas do género só queria a temperatura da água.

Cheguei morta mas ainda deu para ver o jogo de Portugal. Agora é voltar ao trabalho.


PIADA DA VIAGEM
Como já se anda a tornar habitual, em cada coisa destas que eu vos venho contar tem de haver a piada seleccionada. Não se esqueçam que são tudos piadas de circunstância (o que ainda é melhor, só mostra a qualidade do meu humor. Sai tudo espontaneamente):

Michelle: Hey, you’re tan!
Clara: No, I’m not! I’m 22!

(Estou a pensar abrir um passatempo que se intitulará de “onde está a piada”)