5 graus de longitude

sábado, junho 10, 2006

Elas merecem um post

Aproximava-se o final do mês de Setembro de 2005 quando um um avião vindo de Lisboa aterra em Bergen. Pela primeira vez pisei solo norueguês.
Sempre esperei o Erasmus com muita ansiedade no entanto os últimos 3 mesitos fizeram-me pensar se realmente queria vir para a Noruega mas... já não havia muito a fazer. Pondo o pésito esquerdo em Bergen só havia um pensamento “Curtir, Curtir e Curtir”. É algo que não se vai repetir portanto, há que aproveitar.

Sempre defendi a ideia “Para conhecer portugas ficava em Portugal” mas, eles lá iam aparecendo :).
Decorria o mês de Março quando uma rapariga me disse que duas Portuguesitas tinham cá chegado há pouco tempo, ela ia de férias de Páscoa mas eu que combinasse alguma coisa com elas para as integrar. “QUE SECA!!” pensei eu. Como andei com bué trabalho durante as férias da Páscoa esse tal encontro foi-se atrasando mas, algures em meados/fins de Abril, lá teve de ser. Uma noitezita no paleio no grande tasco. Afinal as jovens nem eram más pessoas, eram simpáticas e com muito espírito Erasmus.

Combinar um dia para ver um filme, combinar um dia para um jantar, combinar um dia para sair e os dias e noites lá se foram passando com grandes grandes momentos.

Margarida (maggie) e Sofia, estudantes de fisioterapia em Setúbal, resolveram vir por 3 meses para Bergen (tão pouco tempo só devia ser mesmo para passear). Lá tiveram a sorte de conhecer a Clarinha, uma rapariga bué fixolas e, a partir daí, foi a loucura total.

Maggie - toda fixolas, MUITO boa cozinheira, a preparar bebidas nem se fala.. Muito aturou de mim :) mas até isso deixa boas recordações.


Sofia – O típico caso do antes e depois. Na primeira noite que as conheci tive umas senhas para bebidas à borla. A conversa da sofia era “ai não, deixa, eu não bebo” Umas semanas mais tarde e passou para “o que é isso?? Tem álcool?? Então é bom de certeza. Passa para cá!” Também fomos as responsáveis (eu e maggie) por desencaminhar a rapariga na comida. Ela que nunca tinha comido Mac apenas porque não gostava, iniciou-se com um hiper BigMac (pois é, tenho de confessar, demos um saltinho ao MAC (apesar dos 10 euros que pagámos por um menu), mas ás vezes sabe bem e a fome era muita) do qual bem gostou. Pais da Sofia, desculpem! Mas, já sabem, a culpa é da Maggie :)

Das noites nada a dizer.Começavam mal se ouvia um grito estridente a ecoar pelo corredor "ANA CLARAAAA" (que me fazia lembrar a minha mãe a chamar-me todas as vezes que eu fazia asneira) e lá vinham elas. Começava-se bem com um grande jantar e boas bebidas (normalmente preparadas pela Maggie), antes de se sair de casa era uma festarola. Acho que toda a gente no meu piso se vai lembrar disso. As idas para a cidade eram outra alegria (quer fosse para ir de autocarro, à boleia ou mesmo a pé (ok, nunca fomos a pé mas ficava bem para acabar a frase :) )). À noite na cidade (noite como quem diz, que claridade (com duplo sentido) era coisa que não faltava) acho que era sempre fixolas. Penso que nenhuma de nós se lembra muito bem dessas partes o que se compreende perfeitamente dada a distância temporal que separa esses momentos do momento em que eu escrevo isto. Chegadas as 3 da manhã, depois das luzes acenderem e a música perder o pio, era hora de voltar.
O regresso, sempre feito de Taxi, era outra festa. Há quem diga que eu tenho muita lata, eu acho que apenas gosto de ser simpática com as pessoas. Ora, eu não ia deixar o pobre do Taxista a conduzir o carro durante 10/15 minutos, sem tentar fazer conversa. Não tendo eu muita imaginação para essas conversas da treta, o tema da conversa era sempre o mesmo, descontos na viagem. Desconto de cartão jovem, desconto de estudante, desconto de Pessoal português, etc... os argumentos eram alguns (afinal tinhamos de ocupar os 15 minutos de viagem). No inicio poupávamos apenas umas míseras coroas (3 ou 4, o que não era mau se vissemos o que se poupava ao fim de 100 viagens) apenas porque os taxistas paravam o taxímetro mais cedo. Mas as coisas foram melhorando, uma delas o taxímetro foi parado nem a meio do caminho sendo que, para a despedida, viemos a borlix :) (ok, confesso, isso foi só porque o taxista era amigo de um que também vinha no taxi, não temos mérito nenhum).

Mas, mais tarde ou mais cedo alguém tinha de voltar a Portugal. E o dia chegou. Hoje lá foram elas até ao aeroporto para que alguém as levasse às nuvens no caminho para Portugal. Acho que vou ter saudades das raparigas mas por um lado ainda bem, assim acalmo um bocadinho que bem preciso de trabalhar.
Eu que não sou nada destas lamechices, confesso que tive de fazer uns esforçozito quando, de dentro do autocarro, elas acenavam com toda a energia num simples adeus.

Foram muito bons momentos, muitas fotos, muitos vídeos (e vejam lá a quem os mostram). Para Recordar!

















E sim, eu também gosto muito de vocês! (mesmo despenteada)